Um olhar sobre o novo vírus

Bem, como não há como não pensar sobre o assunto, decidi registrar e compartilhar com vocês alguns questionamentos, analogias e, talvez, maluquices.

“Corona” vem de coroa, do divino, ou seja, a palavra tem uma relação com o espiritual. Posso pensar dentro de um contexto mais amplo e buscar compreender, entender, ou mesmo, me perder nos pensamentos, olhando por este viés.

Mas fico aqui pensando que nada é ao acaso, mas um propósito. E o que estamos vivendo tem um propósito muito grande, que acredito que é o de limpeza, purificação de valores, crenças, e mudança de modelos de mundo tão materialistas e pouco consequentes. É o que penso quando ecologicamente conceituo isso.

Para quê a compra desenfreada de álcool em gel e até mesmo o papel higiênico? Não seria a tradução metafórica da limpeza necessária? Da limpeza da alma, da mente, do espírito.

E neste contexto, será que estamos aprendendo mesmo? Quando estocamos, tiramos do outro o direito de também se proteger e de comer. Será que estamos olhando para o vírus e para tudo o que ele quer nos dizer e ensinar? Ou tentamos excluí-lo, no sentido sistêmico, quando queremos limpar ou matar o vírus – e, assim, sistemicamente, dar mais força ao excluído?

Já houve outras epidemias e muitas outras surgirão. O que aprendemos espiritualmente? Estamos todos convocados a pensar. Alias, já havíamos sido há muito tempo.

A Terra já gritava por socorro, já se mostrava não conseguindo respirar de tanta poluição e aquecimento global. Mas não a escutamos.

Então, o que a natureza por si criou?

Sim, um vírus que nos ataca no pulmão. Órgão que, devido ao medo da morte, adoece. E isto é científico, biológico. Assim, faz-nos recolhermos em casa. E isso gera uma limpeza e despoluição do planeta, que volta a respirar.

Se olharmos sistemicamente, num equilíbrio entre o dar e receber, esse vírus escolhe os mais idosos para morrer, preservando os novos. Velhos estes que, numa boa parte, favoreceram para a destruição desenfreada de uma ecologia, dando lugar à nova geração que tem um olhar mais igualitário e menos agressivo, que mostra ter uma consciência espiritual mais elevada. Por acaso?

É, estamos em pânico. Sem preparo para olhar para o nosso interior. Não fomos preparados para isso, mas fomos para olhar para fora. Para competir, para consumir.

Agora, obrigados a pensar para dentro, o que fazemos?

Brincamos como crianças fazendo piadas, criando estatísticas falsas, charges. Não conseguimos ser adultos para lidar com as responsabilidades. Buscamos culpados. Culpamos. Valorizamos as informações que geram mais pânico, e vamos criando um campo quântico, um campo mórfico, e nos emaranhamos nele. Sabemos que pensamento é energia e aquilo que pensamos criamos. Então, onde vamos parar com esses pensamentos infantis e hipnóticos? Basta que lembremos como isto é fato.  Quando cai um avião, o mundo fica em transe com este fato. E o que acontece na sequência? Sim, comumente, cai outro e outro. Até que se inicie um outro campo de informação. Materializamos também quando desejamos muito alguma coisa. Sabemos disso.

Ainda me dei conta de que a quarentena iniciou com a quaresma. E quaresma tem um significado de busca da purificação. Seria por mero acaso?

Também vi uma constelação do vírus e ouvi sobre outras. Mas, na que assisti com Sophie, ficou claro o quanto não estamos olhando para o futuro, o quanto estamos em transe hipnótico, vivendo como se fosse o fim do mundo. Mantendo e dando força ao caos.  Daí lembrei o que havia lido no livro Cartas de Cristo, página 30:

Você quer saber de onde veio o vírus HIV que ataca o tão prezado sistema de autodefesa humano – o sistema imunológico, e também sua capacidade para procriar? Este vírus, se não for controlado – não com remédio, mas pela CONSCIÊNCIA ESPIRITUAL – exterminará os imprudentes.

Acorde! Perceba o perigo! Seus próprios e fortes “impulsos de consciência” são impulsos de vida. São impulsos eletromagnéticos altamente criativos! Quando seus impulsos de consciência são de uma natureza virulenta – violenta – agressiva e homicida – eles emitem partículas elétricas de CONSCIÊNCIA virulenta, violenta, agressiva e homicida que tomam forma de vírus venenosos no ar propagando-se de uma pessoa inocente a outra.

O que nasce e se nutre em uma mente doente, acaba por tomar forma no mundo físico. E isso não é castigo de Deus, como igrejas podem ensinar. É um fato CIENTÍFICO DA EXISTÊNCIA. Portanto é um assunto de extrema urgência que todas as pessoas espiritualizadas mantenham distância das imaginações “infantis” para perceber, claramente, a VERDADE da criação da existência.

Não seria o momento de olharmos e sermos gratos pela oportunidade que estamos tendo de, finalmente, olharmos e fazermos mudanças? De limparmos e esterilizarmos a alma, o espírito dos vírus sociais, econômicos, religiosos, familiares, profissionais, pessoais?

Quem sabe, ainda tenhamos tempo para olharmos nos olhos de quem está confinado em casa, juntinho, mas quem nem prestamos atenção e dizermos “ei, cara, eu vejo você!”.

Quem sabe possamos olhar para o futuro que vem depois disso com gratidão pelo que teremos que fazer, aprender, adaptar, criar, dividir, compartilhar, e também dizermos “ah, finalmente eu vejo você!”.

A vida é dual. Tudo o que se mostra, tem o seu oposto.

Podemos olhar para o oposto de tudo isto?

Temos alcance para isso?

Como podemos iniciar?

Qual o meu menor primeiro passo a ser dado para isso?

Quando posso dá-lo?

E você?

Vera Boeing


O que é a Constelação Sistêmica?

A constelação sistêmica é um conhecimento que tem aplicação em diversas áreas de atuação. Ela foi estudada e observada por mais de 30 anos pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger e tem encontrado um excelente resultado em suas aplicações na terapia familiar, na consultoria organizacional, na saúde e no direito, entre outras áreas.

Esse conhecimento tem sua origem na terapia familiar e na observação da influência exercida em todos os integrantes de um sistema familiar por meio de um campo inconsciente de cada família.

Isso pode parecer óbvio se considerarmos os relacionamentos diretos, como pais e filhos. Afinal, é comum que eles convivam juntos até uma certa idade.

O que Hellinger descobriu é que, na verdade, há uma influência invisível que se dá por meio da existência do vínculo, independentemente da convivência.

Dessa forma, um filho recebe a influência do pai ou da mãe que o abandonou, por exemplo. Ou um bisavô que nunca conviveu com seu bisneto pode ter questões difíceis de sua vida incidindo sobre a vida do bisneto pelo fato de estarem ligados pelo vínculo familiar.

O campo familiar

Essa influência, que não necessita de palavras ou convivência, se dá pelo campo familiar, que é um conjunto inconsciente de acontecimentos, conhecimentos e experiências que agrupa tudo o que aconteceu dentro de uma rede familiar.

Nós, hoje, somos o elo mais recente dessa rede, que remonta a muitas gerações anteriores. Cada geração, com suas dores, vivências, amores, perdas, ganhos, sucesso, fracasso, saúde ou doença, contribuiu com tudo o que hoje faz parte da nossa história familiar. Está tudo neste inconsciente.Essa ideia é apoiada pela teoria dos campos morfogenéticos, de Rupert Sheldrake, biólogo inglês.

O olhar da constelação sistêmica traz que, motivados por nosso vínculo, podemos estar conectados a esses destinos, principalmente os difíceis, e repeti-los em nossa vida. E isso ocorre em função daquilo que Hellinger denominou “as 3 leis da vida”.

 

As leis dos relacionamentos

No seu trabalho com as constelações sistêmicas, Hellinger observou que todos os relacionamentos, sejam eles entre familiares ou não, estão sujeitos a três parâmetros. São eles a ordem, o pertencimento e o equilíbrio.

Esse conhecimento surgiu da observação empírica no trabalho sistêmico de Hellinger. E como o psicoterapeuta traz, esses três aspectos incidem sobre todos os relacionamentos, quer as pessoas envolvidas saibam da existência dessas leis ou não, quer elas concordem ou não.

Apenas para facilitar a compreensão, duvidar ou desacreditar dessas leis é como duvidar ou desacreditar da lei da gravidade. A pessoa sofrerá os efeitos da mesma maneira.

A ordem fala que no sistema familiar – e de forma geral em todos os sistemas – cada pessoa possui seu lugar. Assim, um avô vem antes do pai, que vem antes do filho. E quem vem antes tem precedência em relação a quem vem depois.

Um filho é sempre menor que seu pai, no sentido anímico. Porém, é comum que haja uma disfunção, e o filho se coloque como maior que seu pai, por exemplo, quando lhe dá conselhos. Ou mais difícil ainda, quando se coloca no movimento de compensar algo por ele. Quando essa transgressão da ordem acontece, o inconsciente familiar se tensiona para recuperar o lugar de cada um.

Nós, como integrantes deste sistema, sentimos este tensionamento através das nossas dificuldades na vida.

 

O pertencimento e o equilíbrio

O pertencimento fala que todos aqueles que nascem em um sistema familiar têm o direito de ter seu pertencimento garantido nele. Logo, não há motivo possível para exclusão. Porém, se observa de forma comum que em quase todos os sistemas familiares há algum tipo de exclusão, seja por alguém que não agiu conforme as regras familiares, seja por qualquer característica não aceita.

Quando o pertencimento de um integrante é transgredido, o sistema se tensiona para exercer pressão a fim de garantir o retorno do excluído ao seu lugar. E nós experimentamos esse tensionamento como dificuldades em nossa vida.

A terceira lei é a do equilíbrio nas trocas entre os relacionamentos, que devem sempre tender para o equilíbrio para se manterem positivas e existentes. Quando numa troca o dar e receber é desequilibrado, com um lado dando muito e recebendo pouco, ou mesmo se negando em receber de volta o que está dando, o sistema se tensiona. E mais uma vez, nós, como integrantes deste sistema, percebemos o tensionamento por meio de dificuldades em nossa vida.

 

A tensão no sistema

Uma dinâmica comum que é utilizada por esta inteligência familiar que busca garantir a ordem, o pertencimento e o equilíbrio de todos ao seu sistema é a repetição.

A constelação sistêmica diz que, motivados por nossa lealdade familiar e o vínculo que nos liga a essa grande rede, nos colocamos inconscientemente – através de um amor infantil – à disposição do sistema para resgatar acontecimentos difíceis e repeti-los, como forma de alcançar uma cura sistêmica.

Ao mesmo tempo, nos emaranhamos nesses destinos, e experimentamos em nossa vida essas dificuldades. Estamos fora de nosso lugar, presos ao nosso amor infantil que deseja fazer algo pelo nosso sistema.

A constelação sistêmica e seu trabalho auxiliam a trazer essa dinâmica oculta para a consciência, e com amor e respeito, nos ajudam a nos liberar dessas repetições. Dessa forma, podemos seguir para a vida sem estar presos em outros destinos. Ficamos livres para viver nosso próprio caminho.

 

Além do sistema familiar

Ao longo dos anos desde o início dos estudos de Hellinger e também de outros estudiosos que vieram antes, como Virginia Satir, Ruth McClendon e Les Kadis, foi sendo observado que essa dinâmica de influência não fica restrita aos sistemas familiares. De fato, onde houver um grupo organizado de pessoas, com relacionamento entre si (um sistema), poderá haver influência entre seus integrantes.

Ainda que o campo familiar é o que mais nos influencia de forma pessoal, a constelação sistêmica e sua aplicação organizacional, no direito sistêmico e na pedagogia, nos convida a ampliar esse olhar.

Por exemplo, no campo das empresas, o grupo de trabalhadores que compreendem todo o quadro de uma instituição também formam o campo empresarial de atuação daquela organização. Mesmo o relacionamento entre as áreas funcionais poderá ter suas dinâmicas observadas por meio do trabalho da constelação organizacional.

No campo do direito sistêmico, a dinâmica trazida por Hellinger tem auxiliado em processos no caminho da pacificação e do acordo entre as partes, com resultados processuais surpreendentes.

 

Aprenda mais sobre a abordagem sistêmica

Em 2020, traremos para Curitiba o constelador internacional Cecilio Regojo, que ministrará a 45ª Formação Internacional de Systemic Management e Constelações Organizacionais. Mais neste link.

Esse curso contará com o conteúdo da constelação sistêmica e do seu olhar para o trabalho com empresas. A formação tem a duração de 11 dias em formato superintensivo, e inicia em novembro. 

Para mais informações, entre em contato pelo (41) 9 9968-2687 ou pelo e-mail [email protected].