Celebrar a vida e o tempo

Nos últimos anos, Bert Hellinger, considerado o pai das constelações sistêmicas, escreveu sobre a vida e a forma como lidava com a morte iminente. Falou sobre colocar as coisas em ordem e sobre como o tempo se tornou precioso a ponto de não querer desperdiçá-lo com fatos irrelevantes. E para exemplificar sua visão sobre o tema, ele compartilhou a seguinte história:

“Alguém começou uma caminhada e, quando olha para a frente, vê ao longe a casa que lhe pertence. Caminha até lá e, quando chega, abre a porta e entra em uma sala preparada para uma celebração.

À tal celebração, comparecem todos os que foram importantes em sua vida. E cada um que vem traz algo, fica um pouco – e parte. Assim, como vêm os desejos ou o sofrimento. Trazem alguma coisa, ficam um pouco – e partem. E também como a vida vem, nos traz alguma coisa, fica um pouco – e parte.

Então eles vêm para a celebração, todos com um presente especial pelo qual aquele alguém pagou o preço integral de qualquer forma: a mãe, o pai, os irmãos, um dos avós, uma avó, o outro avô, a outra avó, os tios e as tias, todos os que abriram espaço para você, todos os que cuidaram de você, vizinhos talvez, amigos, professores, companheiro e companheira, filhos: todos os que foram importantes na sua vida e que ainda são importantes.

Depois da celebração, a pessoa fica ricamente presenteada e, ao seu lado, ainda permanecem aqueles com quem lhe cabe ficar por mais tempo. Então, a pessoa vai até a janela e olha para fora, vê as casas brancas; nelas um dia também haverá uma celebração, e será essa pessoa que, por sua vez, levará alguma coisa, ficará um pouco e partirá.

Nós também estávamos em uma celebração, levamos algo e trouxemos algo. Ficamos pouco e partimos. Como? Plenos e ricos.”

Bert Hellinger.

 

🌿 Uma homenagem à Edilsa Boeing.