O papel do constelador sistêmico

A constelação sistêmica tem se tornado um conhecimento popular no trabalho terapêutico, além dos campos do direito, da saúde, da educação e da consultoria organizacional.

O conhecimento trazido pelo alemão Bert Hellinger tem encontrado resultados positivos nessas aplicações, tornando-se cada vez mais uma filosofia ampla e de grande aplicação prática.

Entre aqueles que praticam esse olhar, muito se fala do papel do constelador, tanto quanto profissional quanto na vida pessoal.

Isso porque a constelação sistêmica é, para além de um conhecimento, uma postura de vida. Um olhar que foca no todo diariamente. Que permite perceber o algo maior que se manifesta em cada indivíduo. E principalmente, que percebe que por debaixo da superfície, há muito que atua sem que possamos perceber.

O papel do constelador é permitir a si e aos outros se aprofundarem no que atua na vida de cada cliente.

 

Um breve resumo

A constelação familiar surgiu por meio do estudo e prática diferenciada em trabalhos terapêuticos de profissionais como como Virginia Satir, Ruth McClendon, Les Kadis e Thea Schönfelder. Porém, este trabalho se popularizou com o alemão Bert Hellinger.

Hellinger foi um seminarista que teve entre suas experiências a coordenação e o trabalho missionário na África, onde teve contato com povos zulus. Lá, ele pode conhecer um olhar diferente para aspectos de grupo, que mais tarde transpareceu nos seus estudos como as ordens dos relacionamentos: a ordem, o equilíbrio e o pertencimento.

O terapeuta alemão observou que, como somos partes de um sistema – o familiar – os acontecimentos anteriores que ocorreram a integrantes deste sistema geravam um campo de influência sobre os que vieram depois, principalmente em um intervalo de quatro gerações.

Assim, um bisneto estava no campo de influência do seu bisavô/bisavó, mesmo que estes nunca tenham convivido. O vínculo familiar é o laço que une todos os destinos em um sistema, e o amor, ou a lealdade profunda entre eles, é o que incita a repetição dos destinos difíceis.

Esta é uma das maiores contribuições atuais no campo do trabalho terapêutico, fazendo Hellinger ser considerado um dos principais pensadores.

O profissional de constelação

Com essa ferramenta trazida por Hellinger e todos que vieram antes dele nesse campo, é possível olhar profundamente o que atua nas questões difíceis que são relatadas pelos clientes.

Ao mesmo tempo em que é simples, esta metodologia é capaz de trazer um grande movimento para a vida daqueles que buscam a constelação como forma de olhar para suas dificuldades.

Ela é eficiente e profunda. E por isto mesmo, o constelador necessita, antes de qualquer coisa, de responsabilidade e seriedade para que possa servir ao cliente sem interferir e sem intenção.

Sem intenção

Em todo o profissional de ajuda há o desejo de oferecer algo ao cliente. Esta é uma característica que o coloca neste campo de atuação. Porém, como Hellinger traz no livro “Ordens da ajuda”, é importante que esta intenção seja limitada ao servir, e não no resultado que o cliente receberá de seu serviço.

Esta “não intenção” é um dos principais pontos da postura correta deste trabalho. Nela, está inserido o aceitar daquilo que surge numa constelação. E por consequência, aquilo que é importante e essencial para o cliente.

No campo, podemos observar, por exemplo, que algumas vezes não surge o movimento de conciliação entre aqueles que estão sendo representados no sistema. Um profissional que não aprendeu a lidar com a sua intenção poderá sentir o movimento de fazer algo para resolver o conflito. E isto pode ser muito perigoso. É preciso abrir mão da arrogância, que imagina que pode resolver tudo, e que se coloca acima da inteligência do campo.

Com amor

Como humanos, temos na empatia uma ferramenta de sobrevivência. Já como consteladores, precisamos estar mais neutros, para não cairmos na armadilha de que há um lado bom e um lado ruim no sistema.

Hellinger muitas vezes escreveu e disse em seus seminários que o principal trabalho do constelador é incluir os excluídos do sistema. Só dessa forma o cliente encontra um caminho para resolver emaranhamentos profundos.

Isso porque o excluído representa uma das maiores forças tensionantes, pois outros integrantes desejam retirá-lo do seu pertencimento, e o sistema, como consciência, faz todo o possível para mantê-lo e assegurar o seu lugar.

O constelador precisa estar neutro para que possa oferecer o continente necessário para que seja possível ao cliente alcançar e integrar o que é difícil em seu sistema familiar.

A verdade

Ao constelador, é necessário também não somente conhecer o que a constelação sistêmica traz, mas também viver e praticar no seu dia a dia o olhar desta filosofia. Só assim ele pode apurar seu tato para auxiliar aqueles que o procuram.

Além disso, a conhecimento sistêmico de Hellinger não é apenas uma teoria, mas algo com aplicação prática. Podemos observar claramente seus efeitos por meio de uma constelação, mas também podemos observar na nossa rotina com nossos familiares, relacionamentos e trabalho.

Ao profissional da constelação, é pedido que desenvolva sua visão para abarcar todos estes conhecimentos no seu dia a dia.

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